segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016


Eu pensei que o Brasil tivesse mais a ver com a África do que realmente tem tanto no aspecto da geografia natural quanto da geografia humana. Somos, de fato, algo novo, particular e distinto com, claro, uma forte contribuição da cultura negra. Mas essa contribuição não é maior do que a contribuição da cultura portuguesa, nem mesmo da cultura indígena. Um exemplo prosaico, mas um exemplo: nós mulheres brasileiras somos conhecidas por usarmos "pouca roupa", apesar de nunca ficarmos completamente nuas (sabemos que não é sensual rs),a expressão máxime desse fenômeno são as vestes de praia: as mundialmente famosas "tangas". Uma mulata, ou uma negra de tanga na praia, eis a expressão máxime de nossa cultura! Acontece que o uso de roupas curtas, cavadas ou das celebradas tangas não integra o vestuário da mulher negra. As mulheres negras, tanto as mais jovens quanto as mais maduras, adoram vestidos longos e batas longas, inclusive na praia!. A tradução do modo de ser e de se vestir da mulher negra não é a ala das "globelezas", mas a ala das BAIANAS! Se as globelezas tivessem a intenção de ser fiel aos fatos sócio-históricos, elas seriam uma mulher índia, mas nunca uma mulher negra. Adoro a etimologia das palavras e "tanga" é uma palavra originada do tupi, assim como o samba é uma dança de origem indígena... Cultivamos, então, uma ideia errada sobre a influência da cultura negra sobre nós e sobre o que somos nós mesmos? Talvez, não, exatamente.Talvez, não consigamos aquilatar o quão forte, também, é a influência indígena sobre nós. Talvez, apenas não sejamos exatos em nossa própria percepção de seres inexatos que faz do brasileiro nem negro, nem índio, nem português, mas um ser de  misturas que dá à luz  uma novidade exata... Abaixo, mulheres negras vestidíssimas (não vi nenhuma de biquíni) tomando banho de mar na praia de Boulders ao sul de Cape Town.



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