sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

 Com alegria IMENSA e EMOÇÃO, recebo esta foto postada pela minha prima, Márcia. Nela estão, a minha bisavó, Nanette de Sá Pereira, e as suas três filhas, Cremilda, Mary e Zete. Mary de Sá Pereira, a sentada no meio, é a minha avó. Olho para essas mulheres, minhas ascendentes e ancestrais, e percebo o quanto elas são exemplares dos paradoxos nos quais viviam as mulheres no "l'entre deux sièclers", entre os séculos XIX e XX, sobretudo a minha bisavó, irmã da escritora e feminista Edwiges de Sá Pereira´e do jurista Virgílio de Sá Pereira, integrante da Escola do Recife. A minha bisavó era exímia remadora, foi sócia-fundadora do Sport Club do Recife. Precocemente enviuvou e, mesmo tendo contraído segundas núpcias, nunca deixou o seu cargo de Professora Catedrática da Escola Normal. No entanto, diante da paixão que a minha avó Mary tinha pela medicina e o seu sonho de ser médica, a minha bisavó, Nanette, mulher emancipada para o seu tempo e pertencente a uma família de iluministas, vetou a entrada de minha avó na escola de medicina! Uma vez que a atividade médica não "caía bem" para senhoras de fino trato, sendo um escândalo que, por exemplo, damas participassem de uma aula de anatomia na qual fosse utilizado um cadáver do sexo masculino e fizessem exames de suas "partes pudendas"! Contradições e paradoxos solucionados e superados apenas pela descendência. A filha de minha avó Mary, a minha tia Marília, tornou-se grande médica, assim como também a sua filha e minha prima, Alexsandra. Se o sonho de minha avó Mary, afetado pelos paradoxos do "l'entre deux siècles", nela não se realizou, naquelas que foram geradas por seu sangue, o seu sonho transbordou. E assim caminham as feminilidades... Adelante!!!!




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